Globo Repórter investiga os mistérios da memória e revela pesquisa inédita sobre os impactos da ‘Covid longa’ no cérebro
Um estudo apontou perda de memória recente em pacientes que tiveram Covid leve ou grave. O programa também mostrou uma pesquisa com idosos e acompanhou crianças de uma escola pública de SP que investe em meditação.
Reportagem veiculada no Globo Repórter em 13/05/2022
O Globo Repórter desta sexta-feira (13) embarcou em uma viagem pelas novas descobertas sobre a memória e revelou uma pesquisa inédita sobre os efeitos da ‘Covid longa’ no cérebro.
O programa contou o caso da jornalista de 31 anos que lia dez livros por mês e passou a não se lembrar de mais nada ao virar uma página, e o do gerente de RH que saía de casa para trabalhar e esquecia para onde estava indo.
O dom da memória
O Globo Repórter também investigou os mistérios da boa memória, que em algumas profissões pode garantir o sucesso e até um ganho a mais. O garçom Paulo Gonçalves que o diga. Entre bandejas, pratos e copos, ele descobriu que tinha o dom da lembrança: atende várias mesas, não anota nada e nunca confunde os pedidos. Os clientes ficam impressionados.
Quem também revelou seus segredos para ter uma boa memória foi o ator Antonio Fagundes, que já fez mais de 30 novelas. Segundo ele, é necessário “deletar” algumas informações. “Você tem que apagar. Eu entendo que a gente tem um HD no cérebro e ele deve ter um limite”.
O ator é conhecido pela capacidade de decorar textos que ele prefere receber minutos antes de gravar.
“Dou uma lida nas cenas para saber do que se trata, aonde vai. Se percebo que a cena é relativamente fácil, deixo para decorar na hora da gravação. Se tem uma fala de duas páginas, uma coisa maior, dou mais umas duas ou três lidas para me localizar melhor. Mas isso leva cinco, dez minutos”, contou Fagundes.
Já no teatro é diferente. Apesar de repetir o mesmo texto toda noite, o ator diz que precisa se aprofundar. "Esqueça a decoreba", brincou.
Idosos com supermemória
O programa mostrou ainda os idosos que passaram dos 80 anos e mantêm uma memória extraordinária. É o caso da psicóloga Leniza Castelo Branco, de 85 anos, que ainda trabalha. Ela está sendo estudada por neurologistas que buscam formas de combater o Alzheimer.
Outra cabeça invejável é a do Seu Valdemiro Francisco, de 74 anos, que é taxista em São Paulo há mais de duas décadas e sabe de cor os caminhos da cidade. Ele também está fazendo parte de uma pesquisa, que tem como objetivo testar o quanto atividades físicas, como o pilates, podem melhorar a memória e as reações ao dirigir.
Meditação ajuda no foco
O Globo Repórter também acompanhou crianças de uma escola pública da Zona Leste de São Paulo que resolveu investir em meditação. A teoria, que na prática vem dando bons resultados, é que a meditação ajuda os alunos a ter mais atenção na sala de aula, a focar naquilo que está sendo ensinado, a lidar com as emoções e a manter o equilíbrio emocional.
O programa mostrou ainda a importância da memória corporal e espacial dos bailarinos, que em um único espetáculo executam mais de cinco mil passos.
“O corpo tem memória afetiva, rítmica, memória do caminho dele para chegar a um movimento”, afirmou a bailarina Deborah Colker.