SARAH Centro concorre a certificado de preservação arquitetônica
A TV Globo Brasília anunciou hoje, dia 10 de novembro de 2023, que o prédio do Hospital SARAH Brasília Centro está sendo considerado para receber o Selo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF).
Essa distinção incentiva a preservação arquitetônica de hospitais, escolas, hotéis e prédios residenciais e comerciais no DF, com a manutenção das características originais das construções.
O arquiteto e vice-presidente do CAU/DF, Pedro Grilo, coordenador da Comissão de Patrimônio da entidade, visitou o hospital para anunciar a iniciativa e explicar o seu significado.
A Unesco já reconhece os monumentos de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade, explicou ele, mas o Selo CAU/DF foi pensado para reconhecer e preservar o patrimônio arquitetônico do cotidiano dos brasilienses.
“Nosso principal foco é a preservação. A gente não está julgando se eu gosto ou não da arquitetura. Eu estou julgando se ela está bem preservada,” disse Pedro Grilo. “Nesse sentido, o importante são as fachadas, as áreas comuns, o térreo e o entorno.”
Na edição 2023, 19 prédios foram selecionados, entre eles o SARAH Centro, que, inaugurado em 1980, foi projetado pelo arquiteto João Filgueiras Lima com ventilação e iluminação naturais, amplos espaços e jardins, para abrigar a filosofia de reabilitação humanizada que começava a ser desenvolvida pelas equipes de saúde.
O significado cultural desse projeto inovador foi complementado pela colaboração com o artista plástico Athos Bulcão, que lançou cor sobre o concreto para criar ambientes ainda mais acolhedores, ressaltou a reportagem.
A neurocientista e presidente da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação, Dra. Lúcia Willadino Braga, recebeu a reportagem para uma breve visita ao hospital.
“O SARAH tem muito a questão do tratamento humanizado, então a arquitetura também tem esse conceito. A pessoa chega e é bem-vinda, com um lugar muito bonito, onde ela se sente bem, onde ela tem contato com a natureza, com a arte, onde ela tem um bem-estar: o Lelé se preocupava muito com o conforto ambiental”, disse Dra. Lúcia.
Na área de espera de exames, ela explicou que, “Neste espaço aqui a gente está no Subsolo 1, mas tem a ventilação natural, tem a iluminação natural, tem um jardim, um paisagismo belíssimo, tem os azulejos do Athos, então é uma espera agradável para quem está aguardando um atendimento.”
A reportagem também destacou a existência de amplas varandas nas enfermarias, onde os pacientes internados podem tomar sol ou ver a lua. “Isso faz diferença: você está internado, vai operar amanhã, vê uma lua cheia bonita, à noite, uma lua nova, uma nova etapa, então tudo isso é poesia que ajuda no tratamento”, disse Dra. Lúcia.