Canoagem e paracanoagem elevam a autoestima de pacientes do SARAH
A TV Globo Brasília destacou a realização do I Festival de Canoagem e Paracanoagem do SARAH Lago Norte. Segundo a reportagem, atividades como essa, que aconteceu no Lago Paranoá, na tarde do dia 21 de junho de 2023, ajudam pacientes com lesões neurológicas e ortopédicas a trabalhar o condicionamento físico e mental de forma recreativa.
A presidente da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação, Dra. Lúcia Willadino Braga, ressaltou que os benefícios do esporte vão muito além do condicionamento físico.
“Os eventos, as competições são fundamentais. Os pacientes curtem, se divertem. Levanta a autoestima. É ao ar livre, é gostoso. O prazer na reabilitação é muito importante. Tratamento chato, ninguém gosta,” disse a neurocientista. “É muito bom do ponto de vista emocional. Ajuda muito as pessoas a verem que a vida mudou, mas pode continuar sendo muito boa.”
A reportagem salientou a participação da paciente Valéria do Amaral, jornalista que faz tratamento de reabilitação após ter sido acometida pela síndrome de Guillain-Barré.
“Fiquei totalmente paralisada, do pescoço para baixo, então estar aqui hoje é incrível, um milagre”, disse Valéria. “Nunca me imaginei remando. Tenho feito coisas extraordinárias, que não estavam na minha rotina antes, quando eu não tinha nenhum tipo de lesão.”
Frederico Ribeiro, professor de educação física do SARAH Lago Norte, explicou que o paradesporto é uma das várias atividades trabalhadas na reabilitação dos pacientes, que são apresentados às modalidades e, depois, ainda durante o tratamento, têm apoio para evoluir na prática, se quiserem.
“Hoje a gente considera isso como um processo de reabilitação: poder levar os pacientes para a competição e junto com eles fazer essa transição do ambiente hospitalar para o ambiente lá fora, dentro dos clubes e associações,” afirmou Frederico.
A paratleta da canoagem Ana Cláudia Ungarelli, que passou por tratamento no SARAH Brasília após acidente de carro que a deixou paraplégica, veio ao festival incentivar os pacientes. Ela contou à reportagem como o paraesporte tornou-se importante na sua trajetória.
“Eu era da corrida, corrida de rua. Sempre gostei muito do esporte, mas, depois do acidente, quem se imagina um paratleta? É muito difícil. Foi quando eu fui conhecendo, fui tomando gosto. De repente, eu já estava no mundo do [paraesporte]”, disse Ana Cláudia. “Eu digo que, no barco, eu estou em situação semelhante a qualquer outra pessoa. Não existe deficiência. Não existe nada que me limite.”
A reportagem do jornalista Hélio Marinho foi ao ar no DF 1 no dia 24 de junho de 2023.